Torcedor gado

segunda-feira, 8 de agosto de 2011


O cidadão, de modo geral, é desrespeitado a todo momento no seu cotidiano.

Onde há uma fila sempre haverá alguém para furá-la.


Se falta luz na sua rua, dane-se, pois a CELESC não está nem aí e dá-lhe abrir protocolos para reclamar de uma manutenção que demora ou geralmente não ocorre.

A CASAN não se importa com encanamentos escorrendo o precioso líquido rua afora, mesmo que faça suas campanhas melosas de racionamento. E se você for reclamar de falta de água na sua casa, é capaz de ouvir um belo desaforo.

O seu banco lhe cobrou taxas indevidas? Azar o seu, não tem para onde reclamar e você vai pagar a conta sem dó, nem piedade.

Os Correios não entregaram aquela correspondência tão esperada? Perdeu, playboy. Ficará sem a correspondência e com cara de tacho se for reclamar por ela. 


O seu sinal de internet está falhando? Pode esperar sentado, pois dificilmente virá alguém corrigir o sistema em tempo hábil.

E assim pode-se enumerar os diversos casos nos quais o cidadão comum, pobre e assalariado sofre nas mãos do “sistema”. E sem ter para onde correr. Somos tratados como gado, como massinha de modelar, daquelas que se faz um boneco para ser levado de um lado a outro. Vivemos numa sociedade onde não há recursos para quem é aviltado nos seus direitos básicos. Na minha sociedade ideal o PROCON não precisava existir, uma vez o produto comprado deveria ser aquele que chega ao consumidor. Mas nem sempre é assim. Direitos do consumidor? Papai Noel e Coelhinho da Páscoa são mais fáceis de encontrar.

Isso tudo para dizer como o torcedor avaiano foi manipulado, achincalhado e enxovalhado neste fim de semana, na famosa promoção de ingressos, o Show do Vintão. Não vou me ater aos relatos, pois estão em toda parte e você aí, obviamente, deve conhecer um caso. Quero tentar entender até quando o torcedor avaiano vai continuar a ser tratado como um troço, uma coisinha, um negocinho que existe apenas para socializar o Custo-Avaí.

Definitivamente, para algumas pessoas o torcedor avaiano não existe. É só mais uma fonte de renda. Se você deixar o seu dinheirinho ali na bilheteria e não for ao estádio, não tem problema. O que interessa é o seu dinheiro e não a sua torcida. Isso é coisa de pobre, de Mané assalariado.

Ah, claro, se você tiver um sobrenome nobre, fizer parte de uma panelinha, ou for convidado de alguns destes, aí, sim, a sua identidade será plastificada e poderá participar dos bibelôs e eventos nos camarotes refrigerados. 

Caso contrário, dane-se. E se não gostou, vá preencher algum protocolo de reclamação, daqueles para enganar trouxas.

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