Falar do planejamento inexistente do Avaí, da falta de zagueiros, de laterais efetivos, de dirigentes neófitos, de um departamento médico sofrível, de comissão técnica tansa, tudo isso já foi falado nesse ano. Onze de cada dez torcedores estão igual a disco de vinil velho: furado e tocando a mesma música. Nesse meio tempo surgem os ingênuos a querer a cara do presidente pedindo desculpas. Como assim? Será que um discurso de auto-crítica resolve nosso calvário? Vamos dormir felizes por alguém ter dito que errou? Parece que para algumas pessoas catinga de bode é perfume, ou seja, vêem e ouvem o que querem, ao seu gosto.
Enquanto isso, nesse momento, surgem os espertos, aqueles que gostam de tergiversar (não sabe o que é, vá pesquisar!) para posar de entendidos. São os que usam a prática comum de dar uma certa cientificidade a uma idéia, aplicam um conceito sofisticado, associam-lhe alguma credibilidade, cujo intuito é distorcer a realidade e fazer os incautos caírem em uma armadilha falaciosa.
Eu gostaria é de chamar a atenção para outra coisa, que é a descontextualização, o desvio de informação para passar por bonitinha, de pegar a parte do todo, transformá-la e isto passar a ser difundido como algo verdadeiro.
A engronha criada pelo senhor Miguel Livramento contra os jogadores do Avaí transcende as raias do bom senso. Ele subverteu a ordem. Típico comentário de quem tem os pés no chão... todos os quatro. Não é dele, ou de qualquer ator de mídia que se espera tal postura. Por mais boçal e folclórico que seja, por mais engraçadinho que sejam seus comentários, não deve partir daí, de seu microfone, uma postura dessas. Finco o pé nessa definição para, exatamente, marcar território. Para mim é cláusula pétrea. Mas o problema, se fosse resumido a isso, já estaria resolvido. Demitiria-se o cidadão, como foi feito com aquele outro, que esbravejava pelos microfones e pela tela, dando de dedo em todo mundo apostando numa moral rastaqüera, até o dia em que a própria rede se cansou de seu discurso reacionário.
A questão torna-se mais profunda, quando torcedores do próprio Avaí saem em defesa desse senhor, achando que ele tem razão em agir assim. E o mais curioso é que são as mesmas pessoas que querem profissionalismo dentro do clube. São os mesmos que peitam presidentes e dirigentes do clube exigindo mais discernimento com a marca. São os que posam de entendidos de costuras e malhas de camisas, que levantam conceitos sobre cada ato ou atitude partida de dentro da Ressacada. As mesmas pessoas que defendem um miguel livramento da vida, achando que ele pode fazer o que bem entende. São os que arrogam respeito para com o torcedor. Enfim, expõem um discurso de modernidade, mas admitem, na maior cara de pau, que uma rádio mantenha uma conduta de comadres, de fuxicos, de leviandades e fofocas, que seus profissionais (???) ajam como maricotas embaladas pelo vento.
As mesmas pessoas que apontam a todo instante os erros do Avaí fazem vistas grossas para o amadorismo de uma rádio, que peca pela parcialidade. Ou de um grupo de mídia que, além dessa má vontade para com o Avaí, ao habitar em Florianópolis preza pela falta de respeito para com a nossa própria coletividade. E não me interessa se os deixamos entrar. Pensar assim é conformismo de irmãs carmelitas. Quero-os fora daqui! Se ninguém disse isso antes, digo agora.
Eles não são responsáveis nem pelos sucessos ou pelas nossas derrotas. Não tentem me enganar com essa pegadinha. Não estou imputando essa carga. Os analfabetos funcionais que saibam ler. A história não é essa. E nem aquela conversinha mole de que "estamos perdendo dinheiro com a mudez dos jogadores." Bobagem! A isso se chama desonestidade intelectual. A pessoa inventa uma premissa e a trata como verdadeira, baseando a sua verdade como algo do momento e nega a sua parte histórica. É bem ao contrário. Ali há uma tendência, uma motivação, um processo de construção no qual o Avaí não faz parte.
Eu poderia levantar aqui os jornais e momentos nos quais estivemos na maré alta, e eles, ainda assim, tripudiaram sobre a gente. Mas vou deixar para os espertos essa pesquisa. Terão surpresas, garanto. Eu estou cobrando é postura e não agrados. Não preciso desenhar, preciso?
Só tenho a lamentar essa esperteza sonsa difundida, que de esperto só há a intenção. Isso ocorre porque alguém tem algum interesse. Seja para dar audiência em seu blog, ficar de bem com a torcida, pleitear um emprego em algum lugar, ou ser do contra mesmo, que é para ser diferente. Eu cansei disso!
Felizmente o nosso grupo de jogadores entendeu e se impôs. Não vou misturar a campanha ruim do time, graças a uma montagem pueril e atabalhoada feita neste ano, com a postura da rede famosa. A incompetência de algumas pessoas no Avaí não pode ser confundida com as atitudes de uma rede de mídia. São duas coisas muitas vezes diferentes. Mas, para os espertos,
misturamos tudo e achamos a solução para o problema. Ofendam os jogadores que eles jogam. E eu é que quero mudar o foco ou transferir responsanbilidades.
Claro, para quem gosta de agradar a torcida, usar de sofismas (alô, Kaká!) é o melhor caminho.
Pô Aguiar! Esse texto tá muito sofisticado, mas com o "pai dos burros" aqui do lado dá tudo certo! Seguinte, acho quem o pessoal da "granja" tá no mínimo incomodado, mas o aperto tem que continuar, não se pode ceder um centímetro. O Problema é a produção dos fofoqueiros que fica reprimida!