A divulgação dos resultados das recentes provas do ENEM revelaram algo interessante: para se fazer um bom molho sem perder o almoço, tem que usar curry. Afinal, quem tem curry tem medo (de perder o almoço, claro!). Explico:
É que o sindicato das escolas particulares afirmou, num exercício fantástico de desfaçatez, que não se pode creditar a estes resultados uma capacidade técnica de avaliação das instituições. Humm, curioso! Há uma razão muito simples por trás disso: as instituições particulares ficaram com conceito abaixo das escolas públicas, quebrando o tal paradigma de senso comum de que o público é pior do que o privado. Se fosse ao contrário, se os resultados favorecessem as privadas, o discurso seria o de aprovação do ENEM e com certeza até agora estariam se auto-elogiando. É a velha história da bipolaridade. Se houvesse um critério das privadas para melhorar o sistema (e não apenas interesses financeiros), se garantia a necessidade do ENEM, e também se apontavam onde estão os problemas a serem corrigidos, sem interesses.
Transfiro essa análise para o campo do futebol.
Já afirmei repetidas vezes que só há críticas sem noção e cornetagens avassaladoras pela razão óbvia e precípua da situação do Avaí, coisas de momento. E por alguns interesses mesquinhos, é claro! Tivéssemos ao menos na frente do rival, o mar seria de almirante e céu de brigadeiro. Claro, alguns tansos acham, pela famosa conduta da ejaculação precoce, que sou adepto da censura, e que todos devem babar os ovos do presidente, não fazer críticas e viver num conto de fadas. Como o analfabetismo funcional por aqui é mais comum que baiacu no mangue, não vou perder mais tempo me explicando, dizendo que não é nada disso.
Ah, tu não estás gostando do meu texto e achou que estou sendo agressivo? Pois é, fique na fila, já chegaram antes.
Este blog e alguns outros apontaram, durante boa parte do ano de 2010 e deste 2011, o quanto a escolha de nosso caminho na série A esteva equivocada. Vivemos, monocordicamente, demonstrando a lógica do se isso, então aquilo. Mas, nos conduzimos pela parcimônia e pelo bom senso. Acima de tudo apoiando o Avaí, que é o que importa.
O futebol não é uma caixinha de surpresas, diferente do que diz o ditado comum. É perfeitamente previsível. Se queremos sucesso, façamos o caminho mais simples. Ganhar dinheiro rápido e fácil com o futebol, por exemplo, é uma crendice desmedida. Os clubes de futebol tradicionais se firmaram graças às suas campanhas ao longo dos anos, pelas categorias de base fortes e consistentes e, principalmente, pelo público fiel e massivo nos estádios. É assim que se obtém sucesso neste esporte maluco e apaixonante. Caso contrário, a oscilação entre séries será predominante.
Sei de gente que aprendeu, mesmo na porrada, o quanto um caminho aliado a soberbas e vaidades leva ao fracasso. O quanto a confiança deve ser mais bem avaliada.
Como na receita do almoço, fazer o simples e o óbvio pode não ser garantia de sucesso, mas sem dúvida não será a do fracasso. Uma das coisas que se alia a isso é a necessidade de se afastar crendices bipolares. De seguir uma lógica furada conduzida por oportunistas e falastrões. O Avaí Futebol Clube é uma jóia rara, a ser lapidada ainda e que possui admiradores que o trazem nas pontas dos dedos, e interesseiros que cobiçam suas riquezas.
As aves de arribação bipolares vão continuar a existir e apenas se expõem quando estamos frágeis. Basta começarmos a ganhar para que voltem à suas tocas mal-cheirosas e as suas seitas non sense se calarão. O importante, nesta hora, é dar ouvidos a quem queria realmente ajudar. Quem apresente o erros e defeitos, mas que também aponte soluções. O mais importante de tudo isso é o nosso Avaí.
Vamos ser, verdadeiramente, com a força dos que querem ajudar, o gigante que necessita levantar do berço esplêndido, mas lamenta-se quem queira viver como cego que procura um gato preto dentro de um armário escuro. A resposta não está nos bastidores mal iluminados, mas nas arquibancadas expostas à luz.
"Quem apresente o erros e defeitos, mas que também aponte soluções." Simples assim.