Para arrebentar o coração

Depois da fabulosa partida que fizemos contra o Flamengo de Ronaldinho Gaucho, as esperanças fluiram pela torcida avaiana. Surgia a proclamção do sonho. Era possível, pensávamos. Viveríamos outro daqueles momentos mágicos, que tanto nos encantou recentemente. Vitória no clássico e vitória sobre um dos candidatos ao título, e jogando bola, era tudo o que almejávamos. Mas, não foi assim na sequência.

No jogo contra o Flamengo, em determinado momento da partida, o Lincoln levantou os braços e a torcida respondeu, enchendo o estádio de vibração e euforia, no típico momento da torcida avaiana. No jogo contra o Santos, ele fez o mesmo gesto e o que se ouviu foram algumas vaias, um ou outro grito empolgado, uma vibraçãozinha aqui, outra ali, e da maioria uma mudez de velório. Sentíamo-nos a virgem em lua-de-mel desiludida. O amante não era tão bom quanto se anunciava.

É certo que vamos para este jogo sem moral alguma. Nossas expectativas são a de ganhar de qualquer jeito, fazer qualquer resultado diferente de um empate ou uma derrota. E é nesse exato momento que quero ver de que são feitos os nossos jogadores. Que fibra os constitui. O quê de avaianidade passou para seus corpos, que os faça reverter essa situação.

Diversos amigos dizem que não se pode imputar culpa aos jogadores. E que o grande problema do Avaí está nos camarotes refrigerados da Ressacada. E, em alguma parte, na parceria. Sim, concordamos. Todos concordamos. Porém, que entre em campo, hoje, uma turma descarada e heróica. A covardia, não. Os covardes acusam uma vergonha compulsiva, já os heróis se impõem, independente do que aconteça ao redor.

Não há mais tempo para saudosismos, ajustes de contas ou de divagações. Queremos agora são respostas do grupo que nos representa. E também daqueles que nos administram. Queremos responsabilidades. E quero poder dizer, ao final do jogo, que estes jogadores são os campeões do mundo em um jogo válido para sair do rebaixamento. Não nos resta outra coisa.