Às vésperas de encerrar o Ricardão-2011 parece que arranjamos um time. Um grupo de bons jogadores, vá lá. Faltam sete batalhas para o time com nome de guerra jogar e agora é que descobrimos que há bons jogadores por aqui. Uma pena, diz-se por aí, pois com esse grupo de agora praticamente estaríamos brigando pelas posições intermediárias. Mas, são as contingências do futebol. Quando se faz bem feito, o resultado aparece. Do contrário, também, mas de forma negativa.
O que fica de concreto é que dificilmente teremos alguns deles no elenco para a próxima temporada. Lincoln, Wileão, Junior Urso, Caçapa, Pedro Ken, Felipe, Fernandinho provavelmente estarão fora do Avaí no ano que vem. Visitinha de médico. Nem bem chegaram e já vão saindo. Claro que um ou outro, por algum arranjo de empresário, poderá ficar, mas a lógica é bem diversa disso. Não temos dinheiro sobrando para bancar um time assim e o aluguel foi a melhor saída.
O Avaí não vive de suas próprias pernas. E não adianta insistir para que devamos ter contratos milionários com patrocinadores e financiarmos um elenco. Não funciona assim. Ninguém investe num time periférico, recém chegado à série A do campeonato mais disputado do mundo, quando as prioridades são os grandes. Ainda mais quando a mídia de sua própria cidade abusa de notas negativas, ou fazendo propaganda contra. Entenda-se a mídia também alguns que se dizem torcedores avaianos e com o poder da palavra. Críticos de borra de café.
A balela de que devemos cair para arrumar a casa é outra bobagem tão grande que não merece consideração. Ninguém seria tão ingênuo a ponto de propor isso, a não ser que não seja, lá, uma ingenuidade, mas que já tenha um discurso pronto de bastidores, o que eu não duvido. Alguns deles, na verdade, estão atrás é de audiência.
Para se conseguir respeito num campeonato difícil, a melhor estratégia é se manter na primeira divisão, mesmo a duras penas. É ela que dá visibilidade. Lutar e batalhar e mostrar poder de reação. Isso, sim, é que faz reverter um quadro e chama a atenção de investidores. É um trabalho meio de formiguinha, mas deve ser assim mesmo, demorado e consistente. O futebol vive de protagonismos. Não há outro jeito para clubes como o Avaí. Ir se metendo na festa dos grandes, mordendo caroço de azeitona e bebendo groselha amarga, até conseguir uma tacinha de liquor, e quem sabe mais tarde uma de champagne. Enquanto isso, vamos dependendo de mecenas e abnegados que invistam em contratos de jogadores. Muitas vezes dando topadas e arrancando a unha do dedão.
Há uns sujeitos que estão esboçando uma oposição à atual direção, algo salutar e necessário. Faz parte do processo democrático e deve ser incentivado. Mas, gostaria de saber, qual a fórmula deles, pois na maioria dos discursos só têm a vontade. Vivem de frases de efeito e de lorotas motivacionais, apenas isso. Belos paus mandados de dirigentes do tempo em que se amarrava bucica com fumo de corda.
A propósito, sempre digo que o melhor planejamento de um time de futebol é quando se contrata bons jogadores que correspondam no campo. O resto é masturbação coletiva. Qualquer dirigente do mundo é bom se o time que monta vence. Se perder ou for rebaixado torna-se inepto. Tanto foi assim com aqueles dirigentes da conquista da série C, quanto com os atuais. O que difere são os momentos. Os presidentes do São Paulo e do Palmeiras que o digam. Até ontem eram bons e perfeitos. Hoje... O que prova, mais uma vez, que a emoção é o que domina este esporte. Ele vive da bipolaridade.
O fato é que o Avaí vai seguir lutando com o que tem, e com o pouco que tem de bom. Deve sangrar mais um pouco, mas sairá dessa situação.
O que importa é que ano teremos no futuro? Será a mesma fórmula cansada e repetitiva de fazer futebol às pressas? Ou montaremos um time competitivo para ir angariando conquistas e se financiando ao longo da temporada, sem estrelismos e estagiários viajados? Chegou o momento de o Avaí dizer o que quer da vida.
Desde que seja na série A.
Falou e disse Aguiar, o post fala muito, e esta aí para quem quiser ver..."TamoJunto" um grande abraço Tainha Escalada..