Todos nós temos a nossa própria fórmula do sucesso. Duvido que tu aí não balances a cabeça quando alguém faz alguma coisa que aches errada. É da nossa natureza ser crítico. O humano é assim, ele observa, analisa e emite opinião sobre qualquer coisa. E o sucesso requerido é exatamente aquele da tua opinião.
Quando uma medida é tomada e não atinge o resultado almejado, chamamos a isso de burrice. Quando é positivo, o laudo é de competência e qualidade. Em regra geral, são as mesmas atitudes que o acaso tratou de dar uma bafejada.
Nesse meio tempo há o sujeito que se especializa em ser crítico profissional sem carteira assinada. O pentelho da ocasião. É do contra em tudo. Ele gosta do azul se for mais escuro e prefere o amarelo desde que seja mais tingido de vermelho. O alto está invariavelmente na parte de baixo da tabela e o baixo foge do ponto de perspectiva. Há também os que se assanham ser críticos por algum interesse, o que revela alguma patologia, nem que seja financeira. Normalmente, o crítico contumaz é aquele sujeito que dá risadas por ser difícil de agradar uma vez que ninguém quer agradá-lo. É o que acha que todos andam sobre o seu umbigo.
De alguma forma, o certo é que todas as alternativas são válidas e a gente é que é chato de galocha mesmo para coisas banais e somos levianos para negócios mais sérios.
Então, qual é a conduta para que algo dê certo? Dependemos desse relativismo? Quer dizer que os resultados é que devem ser analisados e não o planejamento? O mundo hedonista, aquele do prazer individual, é o que deve ser seguido?
O importante é se pensar que uma correção de rotas não deve viver apegada a sessões de pieguismo evangélico. É preciso entender que não se é perfeito nunca e se é estabanado quase sempre. O erro tem a nossa marca registrada, como apanágio da humanidade. Todavia, nem por isso, devemos sair dando cabeçadas num muro para testar a sua maciez.
A primeira coisa que determina o sucesso não é a capacidade de escolher os vencedores, mas permitir que os perdedores caiam fora. E essa concessão, algumas vezes, deve ser assistida. Incentivada, por que não?
Quero ganhar com os que ganham. Os perdedores que arranjem outro caminho.
O futebol, por isso, não é um esporte da média. Não se faz futebol atuando na regularidade, corrigindo erros para uma próxima temporada. Os grandes conseguem algum sucesso porque tem algum crédito e tradição, mas cometem erros elementares como todo mortal. Os altos e baixos e desvio padrão assombrosamente grande são a máxima desse esporte. E seu viés de base é a bipolaridade.
O Avaí errou muito nesta temporada. Chegou-se a uma situação limite com um time limitado. Estamos a tentar corrigir erros impossíveis, que são perfeitamente normais em alguns grandes desse campeonato. Vide o todo e analise. Alguns outros nem erraram tanto assim e já estão, proporcionalmente, piores do que a gente. Tudo por causa daquela bafejada do acaso, lembra?
Mas, por esses acasos do destino, o Avaí pode viver a proeza de ser o time com a mais espetacular recuperação da história do campeonato brasileiro, acima até de muitos outros que já viveram situações parecidas no passado, em razão de nossa pequenez. Para isso, temos que entender o que é o futebol brasileiro. Neste lado do Atlântico, o esporte das classes burguesas britânicas vive de protagonismos e de melhores a cada semana. Com erros ou acertos. Quem sabe não está reservada para a nação azurra ser esta lenda no ano de 2011?
Basta, para isso, deixarmos de ser o caras mais chatos e críticos desse mundo, os boçais que se acham, e cairmos na farra da torcida mais apaixonada deste Sul do Brasil. Se não der o que queremos, pelo menos podemos dizer que fomos felizes. Nem que seja por alguns instantes. Eu vou ser feliz!
Se tem uma coisa de certeza que acredito nessa vida, é a permanencia do Avaí na serie A, posso ate ser uns dos poucos que acredita, mas porque nao acreditar? A gente faz cosa mesmo!
JC