Quase deu

O Avaí não é mais o mesmo time. Aliás, o Avaí hoje é um time. Embora tenhamos acordado tarde para o campeonato, e é isso o que pode nos custar um rebaixamento, o Avaí agora joga bola. Mas, o futebol não é feito de SE, e erros de rota são punidos com derrotas e decepções.

O grupo de jogadores do Avaí é fraco, sim. É limitado, é composto de jogadores que são mal condicionados fisicamente, ainda possui um deficiência emocional e carece de um banco de qualidade. Depende muito da raça e da alma e se ressente de ter mais jogadores de decisão. Tudo isso em função aquele trocinho batido e debatido à exaustão pela torcida: a falta de um planejamento no início do ano.

Mas, é inegável, as partidas que temos visto do Avaí nos garantem que temos, sim, já um arremedo de time. Se percebe que há postura tática, há arranjos de jogadas ensaidas, há avanço de laterais cobertos pelos volantes, há meias marcando e meias armando. O problema é que, no limite, as jogadas são levadas ao extremo. Se perder gols faz parte da história de qualquer time no mundo, coisa que passa batida após o término das rodadas, um gol perdido pelo time do Avaí é lamentado até os confins do Universo. E tomar gols é o mesmo que ter uma joia valiosa roubada debaixo do nariz.

O Avaí tremeu no Pacaembu não porque o Curintia nos tenha colocado na roda, que estivéssemos na iminência de tomar a goleada programada por dez entre dez torcedores de todo o Brasil. Não foi a torcida curintiana que ganhou o jogo, gritando alucinada porque via seu time ser parado pelo "fraco". O time do Avaí balançou os joelhos porque percebeu o tamanho do passo que estava dando. Sua estrutura emocional ainda não está preparada para o tamanho de uma conquista dessas. E aí, ajoelhou.

Qualquer time da ponta da tabela, se estivesse jogando como o Avaí em boa parte do jogo, colocaria o time do meu presidente Lula na roda. O Avaí não pôs porque não acreditou que podia. E quando percebeu, já estava no fim. Mas, paciência, vamos ganhar de quem precisa e sair dessa.