Um dia após a hecatombe, quando praticamente sacramentamos nosso acesso à serie B, as notícias não param de pipocar de dentro da Ressacada. E, pelo visto, já vêm carregadas de problemas. Há muita coisa chutada e muita especulação, e seria interessante se aguardar o desenrolar das decisões para, a partir daí, sim, tomarmos iniciativa. Não sou de dar parecer antes de ver a coisa feita. Também não sou engenheiro de obras prontas ou professor de deus. Prefiro as dúvidas e ir atrás das respostas do que me conformar com falsas verdades. Sou um mortal comum e torço para que as coisas no Avaí dêem certas. Só elas! Creio que a oportunidade não pode ceder ao oportunismo.
Mas é inegável que as decisões tomadas desde o começo de 2010 não podem mais acontecer. Passamos dois anos no fio da navalha, quando almejávamos algum conforto depois de anos penando na série A. Quando tivemos a chance de avançar em nossos projetos, afundamos mais ainda o pé na lâmina afiada da incoerência e das burrices. E aí o burro era o Moisés Cândido. Fazer futebol é difícil? É, claro que é. Mas fazer errando e com força para dar errado torna-o mais difícil ainda. Os avaianos que querem o bem do Avaí têm que se reunir em prol de um interesse comum, o Avaí Futebol Clube. Só ele, repito. É fácil perceber, agora, quem quer o bem do Avaí e quem quer um agradinho ou empreguinho lá dentro, tanto de gente de fora, como de parentes, amigos e agregados da direção. É hora do desapego de interesses.
Há também gente criticando tudo em nome de uma oposição covarde e fajuta. E dá pra notar facilmente o que é destempero e o que é sensatez, para o bem comum avaiano. Essa diferença deve começar a ser percebida de imediato, pois tirar a maçã podre do cesto e colocar a laranja mofada de nada vai resolver o futuro avaiano. Eu, pelo menos, não escondo esse ponto de vista. Estou desanimado e chateado? Sem dúvida, pois a decepção é enorme. Entretanto, há alguns outros cujo risinho no canto da boca é perceptível. Desses eu quero distância. Os seus arautos até já me mandaram para o inferno. Pois eu digo que quero viver ao lado do diabo, nas profundezas do inferno, do que junto a este tipo de gente. Por outro lado, ainda que a moderação me acompanhe, penso que devemos ser duros e incisivos com aquilo que sabemos que está errado e não com o que dizem ser.
O que podemos esperar de nosso futuro é a coisa que deve ser pensada agora. Vamos ter que fazer as malas para a série B, mas com que bagagem? Nossa passagem é só de ida? Voltaremos mais maduros e endurecidos, ou seremos aqueles mesmos moleirões pueris a cantar e decantar personalidades e a execrá-los quando nos viram a cara? Sim, porque na primeira derrota vamos quebrar o estádio e na primeira vitória vamos fazer faixas de adoração personalística. É assim que funciona. E isso deve acabar. Quero um Avaí Eterno dos avaianos e não um Avaí do Zunino, do Luis Alberto, do Marquinho ou do Evando. Quero enaltecer é a garra e a disposição dos torcedores avaianos e não de VIPs ocasionais. Quem merece respeito é o Avaí e os seus torcedores.
Vamos encarar uma série B com muita dificuldade e luta. Como sempre fizemos e quem é avaiano de carteirinha sabe disso. Não importa, somos forjados na luta mesmo. Mas temos que decidir se queremos um Avaí clube de futebol, ou um Avaí de aparências. Para isso, é necessário mudar muita coisa, sem nos importamos com os nomes, mas exigindo compromissos. Quem estiver ao lado do Avaí a partir de agora deve assumir suas responsabilidades, seja dirigente, torcedor ou jogador. O futuro dirá se lutamos pelo coletivo ou pelo individual. O futuro dirá se aprendemos com os erros, ou se vamos manter nossa execrável vaidade. Pois, se nada disso foi aprendido, então será o fim.
Aguiar,
Faço um trocadilho com o titulo.
DE VOLTA AO PASSADO, SÉRIE B... rs.
Tem que descontrair um pouco para relaxar.