Um sonho se esvai

Creio, pelas perspectivas, que o Avaí está rebaixado. Eu, que tanto apoiei, que tanto pedi otimismo, me empolguei com alguns parcos resultados que na oportunidade eram bons, que ofereci a cara à tapa contra algumas sandices, que me incomodei com desvarios e insultos por ter assumido essa postura, sou levado a admitir que estamos a passos largos rumo à série B. Uma pena!

Se fosse ouvida e refletida a frase dita pelo Moisés Cândido no fim do ano passado, dizendo que se fizéssemos uma parte do que havíamos feito em 2010 nós cairíamos, talvez hoje, faltando 5 rodadas para o final do Ricardão-2011, nossa condição seria a de lutar por uma vaga na Sulamericana ou até uma Libertadores. Estaríamos saindo da Ressacada extasiados e não cabisbaixos e aborrecidos. Não estaríamos fazendo contas para fugir do rebaixamento, mas para qual posição acima dos 10 primeiros colocados. Porém, por pura e total incompetência, por arroubos vaidosos e por deficiência administrativa, estamos caindo. Lamento.

Minha lamentação não é por pessoas, por personalidades, mas pela própria instituição Avaí Futebol Clube. A instituição foi deixada à revelia. Os devidos cuidados com nossas coisas não foram tomados. Não sou e nunca fui de apontar pessoas, tanto para paparicos quanto para homenagens. Sempre disse que apoiava a diretoria. O conjunto sempre é mais que as partes. Mas, é impossível negar, a figura do presidente JOÃO NILSON ZUNINO (atualizado a pedidos) tem grande parte de responsabilidade em todo esse pseudo-projeto (mal) construido nestes dois anos, 2010-2011.

Se reconheço nele capacidade e discernimento, poder de decisão, honestidade e competência, também é possível perceber que faltou a sua mão mais enérgica para remover alguns tumores que foram se apropriando dos corredores da Ressacada. Talvez tenha tomado algumas medidas tarde demais e na hora mais inapropriada. Mas, agora o leite foi derramado e a ovelhinha pasta no brejo.

Perdemos todos, a instituição com essa marcha-a-ré, os jogadores que serão associados a uma queda, a direção que vai ter que fazer um esforço desmedido para recuperar o que foi mal-feito, mas, principalmente, os torcedores, essa legião de pura raça e emoção, que não largou o osso, mesmo que uns poucos os quiseram desmobilizar. Que fique registrado nos anais da história que o Avaí Futebol Clube tem torcida, sim, senhor e que alguém, definitivamente, tire da cabeça essa vontade inglória e absurda de cobrar dessa paixão o faturamento de seus gastos.

Na Ilha formosa, cheia de graça há um time da raça, em qualquer momento e em qualquer tempo, é o Avaí, o meu Avaí, que onde estiver eu estarei junto.