Dossiê Avaí - as presumíveis razões de nossa queda (8)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Após uma semana expondo algumas razões que achei pertinentes, que contribuiram direta ou indiretamente para nossa queda, junto tudo, encerro e aponto como um dos principais responsáveis pela nosa queda o Conselho Deliberativo do Avaí Futebol Clube, por omissão. Antes que algum desavisado ache que estou mudando o foco, afirmo que cabe ao presidente Zunino, sim, a fatia maior de toda essa situação pela qual passamos. Isso é inegável, uma vez que ele detém a responsabilidade do cargo.

Não sejamos levianos e infantis a ponto de achar que o apontamento de diversas coisas inocente o mandatário máximo do clube. Não, a responsabilidade dele é evidente. Eu, como o apoiei diversas vezes, assumindo uma conduta que foi de encontro a muitos donos da verdade, estou muito tranquilo agora para adotar essa postura. Se tem algo que eu não me movo é por interesses e se tem uma coisa que não sofro é de omissão.

Dessa forma, apontei as suas devidas responsabilidades em cada página desse lamento que resolvi denominar de dossiê ao longo da semana. Porém, o Conselho Deliberativo poderia se antecipar a muita coisa e intervir, como lhe é assegurado pelas normas vigentes, ao perceber que as coisas iam tomando o rumo que tomaram. Não o fez.

Que não se esperasse alguma atitude dos torcedores. De alguma torcida organizada. Nem dos blogueiros e das redes sociais. Tampouco de algum ou outro jogador, de qualquer diretor que se ache mais avaiano, sei lá. Dos sócios ou de alguma assembléia geral. De alguém mais inconformado. Não, ninguém mais teria competência para isso a não ser o Conselho Deliberativo do Avaí. E não se sabe se por leniência, má vontade ou algum interesse mórbido, obscuros e inconsequente ele não agiu. Calou-se. Omitiu-se.

Conselho Deliberativo, em qualquer entidade, tem um caráter fiscalizador e inquisidor. Ele define quais ações da Diretoria Executiva são interessantes e quais as que darão uma ré estrondosa. E delibera, ou seja, de acordo com o Estatuto em voga na entidade, dá as cartas e aprova ou não o que lhe cair às mãos. Ele é quem determina quais são as linhas de ação a serem conduzidas pela administração.

Segundo o Novo Código Civil (Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, já alterada pela Lei nº 11.127 de 28 de junho de 2005), o Conselho Deliberativo, em qualquer lugar, é um órgão formado por pessoas com grande conhecimento e experiência na área de atuação da associação. Elas geralmente trazem boas ideias de como conduzir suas atividades. A existência ou não do Conselho Deliberativo é facultativa. Porém, quando existe, é para fazer jus às suas prerrogativas.

Em clubes de futebol, os conselheiros possuem ainda um papel preponderante, qual seja ser a voz dos sócios e principalmente da torcida. Por isso, um Conselho tem que ser participativo e atuante. Deve estar antenado com o andamento das competições nas quais o time participa e com que medidas administrativas a direção manterá as campanhas e o desempenho. Ele existe para isso. Não pode ser preguiçoso. Não pode nadar nas benfeitorias de alguns diretores executivos. Tem que ser isento o suficiente para apontar, agir e deliberar sobre esses assuntos.

O Conselho Deliberativo de um clube de futebol tem que dar a cara a tapa e não ser mero conjunto de vaquinhas de presépio. Quando a barca estiver afundando, ele deve se fazer presente. Nunca ficará à margem, pois como já afirmei diversas vezes, quando se ganha, ganham todos, quando se perde, perdem todos, diretoria, conselho, torcedores e jogadores.

Era preciso deliberar sobre as mensalidades, as relações da ex-parceria e o contrato inflacionado de jogadores, a presença de Gabriel Zunino no Avaí, as inserções do marketing e as disponibilidades dos produtos licenciados, as supostas dívidas do Avaí com o presidente, o atraso de salários, o vazamento de informações e o planejamento para 2012. Se os itens passavam ou não pelas prerrogativas do Conselho, ao menos que se prestasse algum esclarecimento à torcida. Quanto mais as fumaças têm cheiro, mais impregnados ficam nossos narizes.

Para encerrar, quero dizer que no ano de 2012 muita coisa deverá ser revista. Mas que não se deixe para janeiro as iniciativas que precisamos para resgatar nossa dignidade. Deverá ser agora, deveria ser para ontem. Não importa quem esteja à frente do Avaí, até porque nomes são meras formalidades, desde que se tenha postura e atitude de dirigente de futebol. As vaidades e interesses pessoais tem a obrigação de serem expurgadas da Ressacada. Está em jogo a história e a tradição de um dos clubes mais tradicionais de SC e que poderia, se não fossem feitos tantos erros grosseiros, um dos grandes do futebol nacional. Vamos começar do começo, com o pé direito. Esse é o meu apelo.

1 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    Concordo Aguiar, vc tocou no ponto, quando todos pediam a revisão do preço dos ingressos, dos contratos, da parceria, do filho do Zunino , mensalidades, este conselho nada fez, até porque, quem tentava fazer algo ou pedir explicações era voto vencido, ao Zunino cabe a responsabilidade, mas o culpado por deixar tudo acontecer desta forma é do conselho.Até porque a maioria não comparece,no meu ponto de vista esses conselheiros devem destituidos, e formar um grupo de conselheiros que tenham o compromisso com o nosso Avai, porque senão a coisa desanda.



    Cocoroca Avaiana

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