O Medo

quarta-feira, 31 de março de 2010

Um dos sentimentos que acompanha a humanidade desde os tempos em que tínhamos apenas bananas como refeição é o medo. É um estado de alerta a alguma ameaça, a alguma coisa que será efetuada eminentemente e para a qual não temos controle.

As mãos suam, a cabeça lateja, a coluna se esfria e aqueles cabelinhos na nuca se eriçam. O coração dispara. O sujeito fica pálido. E e-mails malcriados são disparados. São os sintomas do medo e que, em alguns casos mais sérios, podem levar ao pavor, necessitando para isso de um profissional que acompanhe o medroso.

Pois é o que tenho observado na torcida do time da camisa branca-preta-verde-limão-de-caipirinha-marca-texto, diante das manifestações dos avaianos em relação ao fatídico clássico da semana passada, onde fomos acintosamente roubados.

Ora, é da natureza de qualquer time de futebol reclamar dos resultados das partidas que lhe são desfavoráveis. Faz parte do jogo. Bem sabemos que, além de trazer o caráter esportivo, futebol é um jogo, onde as regras são estabelecidas de acordo com a competição, e transforma-se em desporto, que visa à concorrência de seus participantes.

Dessa forma, são até saudáveis para o aprimoramento do evento as manifestações de um de seus competidores, gerando uma possibilidade de se diminuir as injustiças e prevendo que no futuro outros não sofram as mesmas situações.

A torcida do time da camisa branca-preta-verde-limão-de-caipirinha-marca-texto não vê assim. Eles preferem que as coisas mantenham-se nebulosas, que tudo fique duvidoso, que os demais competidores aceitem os resultados que lhes são imputados, mesmo quando aquilo não cheira bem. Eles não querem contestar o status da competição, pois são a parte interessada.

Por isso surge essa hipótese do medo, uma vez que, se as coisas começarem a se aclarar, se alguém se dispuser a investigar o campeonatodo Delfim, se a competição tiver a ajuda do tribunal no desenrolar do torneio, certamente encontrará baratas no ralo. E então alguém poderá perder algumas vantagens. Se já conseguiram acertar o time, se os ratos, ou melhor, uma diretoria foi remontada, se começam a ter vantagens, quem são estes que querem atrapalhar o seu caminho?

Essa é a razão de nos chamarem de hipócritas, de nos mandarem calar a boca, de acharem que fazemos choro à toa. Pois quem chora chama a atenção. E é tudo o que eles não querem agora, uma atenção contundente voltada para o campeonato.

A única coisa que lamento é que alguns torcedores avaianos estejam caindo na conversa fiada deles, adotando a postura do politicamente correto. O medo é de quem deve, ou de quem tem uma cauda longa. O Avaí não deve nada e ainda tem um rabinho muito curto.

3 comentários:

  1. Rodrigo Moskorz disse...:

    O meu grande medo é estarmos passando por uma situação similar a 1999, onde eles precisavam de qualquer forma de um título para justificar os investimentos e calar a boca daqueles que ainda duvidavam da nova gestão, inclusive a imprensa, ganhando assim, argumentos e parceiros para clamar um acesso via "convite".
    Surge agora outra gestão "inovadora", meio conturbada e ainda sob suspeitas, portanto, nada mais oportuno que um título para acalmar os ânimos e reconquistar parceiros.
    Sob que custas virá esse título ? Não interessa, passarão por cima de quem quer que seja.

  1. NOBRE AZURRA disse...:

    Alexandre é certo de que erros acontecem, já vencemos e perdemos com erros de arbitragem, tem que se questionar e até reclamar também é certo, mas ficar só nessa é tapar o sol com a peneira é que tá chato.
    Estamos nessa situação por causa dos pontos perdidos em Imbituba e em Joinville e nesses não fomos prejudicados.
    Tudo bem que os erros do clássico nos deixaram bastante irritados, mas calma lá, acho que o nosso time tem que fazer por merecer coisa melhor, na verdade é isso que não está acontecendo e ai fica evidente querer transferir a inoperância do time com conversas de que existe uma conspiração pra esse ou pra aquele.
    No 1º turno foi porque o Governador prometeu o título ao JEC e agora já é a federação que está querendo entragar pra as Barbies.
    Alexandre, a diretoria avaiana tem que parar de querer transferir sua incompetência para terceiros, nós torcedores da mesma forma.
    Vou ser bem sincero o que eu mais lamento é ver o meu time jogando um futebol medíocre e não merecendo coisa melhor não.

  1. Seu Cunha, eu esperava essa reação de um alvinegro, não de um avaiano, mas tudo bem.

    Bom, creio que deves ter percebido que eu nunca disse que o Avaí tenha jogado bem. Aliás, mesmo estando com uma boa colocação no campeonato, mesmo que tenhamos disputado o título do 1o. turno, o futebol jogado pelo Avaí não é bom, não é confiável. Portanto, deves ter lido outra pessoa "tapando o sol com a peneira", não eu.

    Temos, sim, um quadro de árbitros muito ruim. Nenhum deles serve para apitar 1a. divisão, nem divisões inferiores.

    Temos sido prejudicados por isso, sim, uma vez que se o time não rende, a arbitragem acaba interferindo nos jogos, o que não é desculpa alguma, obviamente.

    Agora, me perdõe, eu ainda não fiquei maluco, mas o Luiz Orlando de Souza foi tendencioso, sim, no clássico. Ele roubou o Avaí como quis.
    Eu já joguei peladas na várzea e sei exatamente quando um juiz quer ajudar um time, independente se o time joga bem ou não.
    Se o Avaí fizesse 10 gols ele iria acabar o jogo só quando houvesse um 10 x 10. Independente de gandulas tansos e de fogueteiros irresponsáveis, o juiz ajudou, sim, o Figueirense no clássico.

    E, tenha a certeza disso, a federação vai dar este campeonato para o JEC. Não acredito em conspiração, pois isso sugere suposição. Eu estou presenciando isso, o que é bem diferente.

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