Eu aprendi uma coisa ao longo dos anos: não lutar quando se sabe que a derrota é iminente. É um senso de auto-preservação. Contudo, nunca dei sossego a quem estava por me vencer. Atribui à paciência minha maior virtude e dei o retorno quando me vi em condições de responder, mesmo que a resposta não fosse mais necessária.
Não preciso, portanto, comemorar uma vitória obtida no vício, jamais faria isso. Não sou adepto do politicamente correto bobão e insignificante, mas sou ético. Isso significa dizer que, por mais que vibre com minhas conquistas, não preciso delas quando vêm de maneira escusa. Sou refratário a isso e me incomodo com as falcatruas.
Tal postura, a de não se avexar pelo surrupio, é apanágio dos fracos e desesperados, que precisam de roubos, conspirações e fraudes para se prevalecer, o que não é o caso do nosso Avaí, campeão por natureza e não por contratos com o diabo e nem com montanhas de dicionários largadas a ermo na construção de pontes.
Ontem o TJD arrefeceu em sua conduta. Houve, sim, um abrandamento da pena que deveria ser dada tanto ao Avaí, quanto ao Tombense, bem como ao ex-árbitro que assoprou o apito no clássico. A propósito, ficou faltando uma xicrinha de café para a PM, cuja conduta no clássico foi deplorável, antes e depois.
Ocorre que o campeonato catarinense, capitaneado pelo inominável senhor da barba, é um poço de água podre, com lastros mal-cheirosos que se estendem a quilômetros. Quem acompanha há anos esta competição sabe do que estou falando, principalmente nos últimos dez anos. Agora, lendo os jornais, vejo estampadas manchetes hipócritas escritas por alucinadas virgens vestais, pedindo moralização em nosso futebol e acusando o cozimento de uma pizza.
Percebendo-se nas entrelinhas a razão de tamanha desilusão contata-se, facilmente, que o desgosto foi pela não punição do Avaí Futebol Clube. Não foi por outra coisa. A sensação que se tem é que tomaram o Avaí para bode expiatório e ele é que deveria pagar por todos os pecados havidos e mantidos em nosso futebol. O Avaí deveria ser o exemplo de eliminação de nossas mazelas e ser sacrificado qual uma Ifigênia antes da frota grega invadir Tróia. A partir do Avaí, o futebol catarinense tomaria outro rumo e seria a contemplação da bonança pelo afastamento das iniqüidades existentes.
Mas, peraí, porque o Avaí? Qual a razão de tamanha proporção de honestidades vistas agora e apenas contra o Avaí?
Se vocês são tão honestos assim, virgens imoladas, batam no homem da barba por ter “aliviado” a pena para o JEC no 1º. turno. O caso está bem quentinho. Por que não pedem para ser revisto o julgamento (se é que foi julgado!) do jogo do Tombense contra o Duque de Caxias? Por que não revêem a bomba jogada num treino deles e punam sua torcida? Ontem, em entrevista numa rádio local, o Juiz presidente do TJD disse que, nos dias de hoje, com o atual código de conduta da CBF, a invasão proporcionada pela torcida do time da camisa preta-branca-verde-limão-de-caipirinha-marca-texto quando do acesso à série A, em 2001, seria severamente punida. Peçam, então, para que revejam aquele processo e saiam como vetustas virgens celestiais a acabar com os pecados originais.
Ah, para né, ô. Nos dos outros é refresco?
A intenção de vocês não é a moralização do futebol, deixem de ser hipócritas. Contem a verdade. Ao menos uma vez.
Simplesmente AVAIANA
Há 12 horas
Parabéns pelo texto, em que pese não concordar que TJD arrefeceu em sua conduta.
Aquela súmula era um prato cheio para uma boa defesa, como foi feita pelos advogados do Avaí.
No mais, foguetes, gândulas, etc... foi tudo dentro da normalidade.
Só leigos e bocas alugadas apostavam na condenação do Leão!
Saudações AvAiAnAs!
André Tarnowsky Filho