Nem sempre as coisas são como a gente gostaria que fossem. Falo do futebol jogado no mundo, em qualquer lugar que se assista a uma partida. Estão todos jogando a mesma coisa.
Ao ligarmos a TV para assistir aos esnobes ingleses ou espanhóis, pensando que veremos algum espetáculo, nos enganos. É um festival de retrancas, de 4-5-1 absurdo, de botinadas e caneladas as mais diversas.
Quando assistimos a uma partida de futebol do Brasileirão, aí que a coisa engrossa, pois tirando duas ou três equipes, as demais jogam no mesmo esquema com jogadores que mudam de time a cada temporada, comandados por treinadores pra lá de antiquados em matéria de esquemas táticos.
Jogos de times de países da África, do Oriente Médio, ou da Ásia, então, é uma tristeza. As jabulanis espalhadas por lá sofrem como cão sarnento.
Portanto, não entendo a surpresa em se ver uma Copa do Mundo que repete o que há por aí. Os mesmos jogadores, a mesmice das jogadas, os esquemas táticos idênticos, as formas de se cobrar faltas, levantar bolas na área, até os safanões e botunidas são parecidos. Aliás, os mesmos erros de arbitragens se repetem.
Vejo pessoas inteligentes defendendo causas e teses de um futebol que deveria ser jogado assim ou assado, que tal time não deveria ser retranqueiro, que determinado jogador poderia dar mais, ou isso e aquilo. Mas onde? Por quem? Qual time ou seleção é capaz de fazer diferente? Ninguém. Nem a seleção brasileira, tido outrora como a sensação dos campeonatos.
O futebol jogado hoje em dia é medíocre e incapaz e só presa o resultado, o regulamento, posse de bola tocada para os lados e empates quilométricos. E nem adianta a gente espalhar culpas, apontar o dedo para esse ou aquele quando estas coisas não saem como queremos, pois todo mundo está fazendo igual. E um sujeito que está no banco, com os olhos esbugalhados e doido para entrar na partida, é só mais um a dar trabalho para a lavanderia, que terá que lavar a camiseta suada.
Para falar do torneio que ora testemunhamos, vimos uma França desbotada, uma Itália horrível, uma Inglaterra sem noção, mas somos capazes de valorizar os EUA que jogam ao estilo Avaí. É, é isso mesmo. Estamos batendo palmas para um time de futebol representando a nação mais poderosa do planeta jogando com raça. E achamos isso a nona maravilha do mundo.
E aí leio e ouço todo mundo apedrejando o Dunga pelo jogo que a seleção nacional, o escrete canarinho, jogou. Ou melhor, não jogou. Mas como, se os outros jogam retrancados, dando pancadas, enfiando o pé na medalhinha? E ainda reclamam que um peladeiro de beira de praia, que adora se esbaldar em um barril de aguardente, deveria ser o nosso craque. Para o ônibus que eu quero descer.
Então, pra quem gosta de futebol-arte, daquele tipo de futebol jogadinho na moral, de dribles curtos, toques de letra, lançamentos primorosos, gols espetaculares, esqueça. Vá para a frente de um video game e jogue isso no computador. Ou sonhe, sonhe muito com isso. Na vida real, isso não nos pertence mais. Comemore, e muito, uma goleada de zero a zero.
Futebol da atualidade não me traz surpresas
2 comentários:
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Seu Cunha, esse futebol da Copa é o jeito que os times arranjaram pra jogar, aquilo que eu venho batendo na tecla há muito tempo. Essa é a tendência daqui pra frente. É a italianização do futebol. Na medida que os jogadores vão ficando mais fortes, que os preparadores físicos vão aprimorando suas técnicas de condicionamento físico, mais e mais o talentos vão acabando.
Aqueles grandalhões da Alemanha e da Eslováquia são duros e não têm cintura pra dar um drible, ou fazer um gol de placa.
E a porrada come solta.
Quanto ao Brasil, lamentavelmente gente como Adilson Batista, Muricy Ramalho, Celso Roth, Felipão e assemelhandos são os caras, são aqueles que ganharão títulos por aqui e que farão os jogadores com biotipo europeu sobressairem. É o que eu digo: acabou o futebol-arte.
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Vc tem razão Alexandre, os jogos estão sofríveis de se ver, diferente de vc eu fiquei surpreso, pois as Copas que lembro de ter acompanhado não vi uma média tão grande de jogos ruins e poucos gols, claro sempre existiram as seleções burucutus, mas nesta Copa o negócia ta exageradamente feio. A própria Argentina que era uma esperança de espetáculo na minha opinião apesar das vitórias não jogou nada demais, vai nas costas de alguns talentos individuais, até agora se mostrou uma bando de jogadores, sem função em campo, nem Messi que é um baita jogador eu vi tudo isso que a imprensa está pintando, foi o melhor jogador da Argentina em duas partidas, mas mesmo assim não fez nada de anormal.
Quanto ao Brasil só tenho restrições ao Felipe Melo que acho um baita cabeça de bagre, e Julio Batista que mostrou que precisa muito mais para substituir o Kaká, no mais é uma seleção competitiva e está entre as melhores da Copa.
Me surpreendi ainda mais com o fiasco de algumas seleções Européias e o sucesso da seleções Sulamericanas. Fica uma pergunta para vc que não sei responder. Vc acha que esse novo jeito "feio" de jogar favorece as seleções Sulamericanas?
Já me estendi demais.
Abraços