Uma madrugada pra esquecer

Tem dia que é noite e tem noite que é uma madrugada sombria, fria e interminável. Hoje, na Ressacada, foi um dia assim. Ou melhor, uma madrugada assim.

Jogamos um futebol apático, sem brilho, cansado. Até houve lampejos de um bom futebol, alguns toques, algumas saídas rápidas, mas muito longe daqueles bailes que nos acostumamos a ver. Claro que vão aparecer aquelas bobagens de "viu, foram dar descanso, pra que descanso pra jogador de futebol". Mas, não vou entrar no mérito, nem faço questão. De futebol eu não entendo nada, mas de músculo, fisiologia, capacidade física eu manjo um pouquinho. E é nítido que esse time está cansado. Pregado. Arrastando-se em campo.

Aliás, conhecendo a carreira de Lopix como conheço, e do Emerson Buck que já deu mostras de sua capacidade, a tal parada para um pit stop de alguns jogadores não foi à toa. Não foi capricho. Eles, preparador e técnico, não acordaram na semana passada e disseram: "poxa, hoje o dia tá tão bonito que acho que vou estragar um pouquinho. Quem sabe a gente dá uma folga pra alguns jogadores, só pra irritar a torcida."

Ou seja, eles perceberam que há muito mais coisas por aí, que devem ser ajustadas no time. Um time veloz como o Avaí, temido pelos adversários pelo toque rápido de bola, com contra-ataques mortais, vai parar um dia. Está parando. Creio que a tática, agora, seria jogar jogos mais cadenciados, bola de pé em pé, cozinhando o jogo, até que uma oportunidade surja e o time mate um jogo. Vai ser necessária toda a capacidade do Lopix para uma nova atitude do Avaí, evidentemente. E vai ser necessária, também, alguma paciência, pois chega de ejaculação precoce.

Agora, tem um sifonáptero atrás da minha orelha. Por que seria que Rudnei não jogou? Não, não vou fazer miguelagem e nem semensatagem. Mas tem madrugada que não termina.