Tudo vale a pena se a alma não é pequena

domingo, 5 de setembro de 2010

Há gente que pensa que só escrevo para agradar esse ou aquele que me é próximo, e que só apareço com críticas quando a coisa fica preta. Obviamente que num pensamento dicotômico, esta é a forma corriqueira de se perceber as coisas. Não critico quem me critica, apenas lamento.

E uma vez avaiano, sempre avaiano e quero cada vez mais o melhor para o Avaí. Não sou mais e nem menos avaiano do que qualquer um que frequente a Ressacada, apenas um avaiano.

Isso quer dizer que felicito e me entusiasmo pelo que conquistamos. Passamos perrengues suficientes desde 1997 para podermos atingir o estágio atual. Temos um patrimônio moderno, dimensões estruturais de ponta, planejamento dos mais avançados do mundo, capacidade para crescer mais e orgulhar muito os catarinenses. Do acanhado Adolfo Konder ao que temos hoje, muita coisa mudou. E pra melhor!

Mas, antes de mudarmos estrutura e solidificarmos conquistas, é preciso mudar conceitos. A Ressacada não é apenas um conjunto de arquibancadas bonitas ladeando um gramado soberbo. Não é só a rede de wireless que fornece informações para o mundo. Não é simplesmente o placar eletrônico moderno a apresentar lances do jogo. Não é unicamente o sistema de qualidade para gestão de processos e serviços a ser implantado, que se tornará raro no mundo do futebol.

A Ressacada é um organismo que pulsa. Ela tem alma, coração, sentimentos, emoções. Adversários e simpatizantes sentem o calor da Ressacada à distância. Mas ela, ultimamente, parece estar morrendo. Contorce-se em espasmos lancinantes pela dor da perda. A perda da emoção. Mesmo sendo frequentado, o estádio anda vazio.

Mudar conceitos significa fazer valer a pena todas as conquistas, como pensava o poeta Fernando Pessoa, quando se tem um brilho nos olhos, uma alma grande para avançar nos caminhos. Ou, como dizia outro poeta, Mario Quintana, nem que seja para dizer que não valeu a pena.

Pois fazer valer a pena todas as conquistas significa abrigar mais desafios. E uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida. O desafio maior do Avaí Futebol Clube é solidificar espaços de agora em diante. É TER UM PROJETO DEFINITIVO DE FUTEBOL E NÃO DE ADMINISTRAÇÃO APENAS.

Isso implica, obrigatoriamente, trazer de volta o torcedor avaiano ao estádio. Fazer voltar o pulso deste doente moribundo que se tornou a Ressacada. Acender a chama da vibração e do entusiasmo dos avaianos. Pois a primeira medida para o fracasso no futebol é não ter metas a conquistar num campeonato. Porém, a segunda e principal é expulsar torcedor de arquibancada.

1 comentários:

  1. Eis o problema ... "alma pequena".
    É preciso ter alma gigante para até mesmo permanecer onde se está, quem dera para ir para frente. Pois o mundo gira e para trás nem quer ir!

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