Nenhum avaiano, qualquer um, não afirma que no Avaí as pessoas tomem decisões para esculhambar o clube e desmontar o time. Não passa pela cabeça de ninguém lúcido, que meia dúzia de pessoas estejam “remando contra”. Seria uma estultícia fenomenal alguém supor isso. E, mas insensato ainda, se fosse confirmada tal iniciativa. Portanto, o que se faz e se decide ali, nos camarotes refrigerados, é para o bem do Avaí Futebol Clube, não é? É ou não é?
Bom, a gente quer que seja assim.
Ocorre que, assim como na vida, as boas praticas devem ser preservadas e ampliadas. E os erros de rota e bobagens de imaturidade devem ser revistos e refeitos. Quem acerta deve ser valorizado. E quem erra muito deve...
Deve muito!
O Avaí Futebol Clube passou por diversas fases importantes no cenário do futebol nos últimos doze anos. De um participante singular do campeonato catarinense à sublimação máxima do futebol nacional que é disputar a série A, muita água foi tomada e muita cocoroca foi pescada. Se fôssemos comparar essa trajetória com a idade do ser humano, diria que lá atrás, quando vencemos a série C, título que mantemos com muito orgulho, estávamos na infância pré-púbere. Cresciam os bigodes e a barba, mas ainda brincávamos de pega-pega com a gurizada da rua. E nem nos limpávamos direito.
A disputa dos primeiros anos de série B foi a nossa adolescência infantil. Já éramos moços formados, embora dotados da rudeza elementar de quem começa a engrossar a voz. E, por constatar que as espinhas na cara nos enfeiava, tomávamos cada vez mais decisões estapafúrdias e atabalhoadas. Tudo para parecer adulto.
Na segunda fase de série B, tivemos nosso primeiro love, que foi o quase acesso em 2004. Faltou pouco, uma ejaculação precoce típica da idade. A voz saia embargada, pois o descontrole emocional era evidente, e a moça pela qual nos enamoramos, a série A, nos chamou de infantis. Não a merecíamos naquele momento.
Mais alguns anos crescendo e botando corpo e esse adolescente quase-homem finalmente atingiu o acesso em seu ritual de passagem característico. Foi aceito na roda dos adultos e agora já podia namorar sério. Como jovens cheios de tesão e vontade, fizemos bonito. Deixamos de lado as bobagens de adolescentes e as infantilidades de outrora, para argumentar como sujeitos bem criados. Olhávamos nos olhos de igual para igual.
Porém, a juventude ainda nos pregava peças e, por pensar que já podíamos conversar “todas as conversas” e com “todos os adultos”, menosprezamos a humildade e o bom senso. Resultado: fomos convidados a ficar num cantinho até aprender a falar grosso como homem feito.
Ocorre que, mesmo assim, nessa condição de aprendiz, de estagiário, ainda não aprendemos a nos comportar como devido, nos mantermos em nosso lugar, não sabemos conquistar as coisas passo a passo e um pezinho após o outro. Falta-nos a maturidade típica.
Mas ele aprende. Ele é novo ainda. Só tem 87 anos.
Muita falação pra livrar a cara do teu patrão.
Levou 11 anos para conseguir o acesso, na hora que conseguiu volta a fazer todas as merdas. Bem, merda é o que dá dinheiro pra ele, mas no futebol é diferente.