Ouvi o grito de guerreiros mais uma vez na Ressacada.
Claro que é exagero da torcida, afinal, estamos nesta situação, nessa pré-sala dos cardíacos por causa dos guerreiros que não foram assim uns combatentes até o mês passado. Porém, o que vale é o momento.
O que presenciei foi aflição, suores, angustia, medo, raiva, admiração. Êxtase!
Duas senhoras tiveram que ir às pressas a uma ambulância por causa do sangramento nas unhas. Um senhor dizia que havia uma comichão estranha na bunda, pois não conseguia sentar. Teve um bebê que disse a primeira palavra, GOL, no colo da mãe, tanto que o time insistiu.
O fato é que correu tudo bem. Foi dada uma missão a este time. Tirar a agremiação Avaí Futebol Clube da zona dos incautos. E conseguiram. De forma brilhante, com luta, garra, disposição. Alguns jogadores até me surpreenderam, pela vontade.
Tivemos uma tarde-noite digna de cinema, de filme de ação, daqueles filmes com casa cheia, espetáculo garantido. Tivemos lances polêmicos, assistimos à gols feitos não-feitos, a frangos homéricos e golaços magistrais. Até o básico, o clichê dos clichês, igual ao mocinho que é pegado pelos bandidos e se salva de maneira espetacular: um pênalti perdido. Era demais. Era o enredo garantido.
Mas, o maior dos espetáculos foi o que estava pelo lado de fora do campo, pois uma torcida arrebatadora, implacável, soberana, colaborou para aumentar ainda mais o brilhantismo desta partida de futebol . A melhor torcida de Santa Catarina, a mais bela de todas.
Depois de ver baixada a adrenalina e ter aliviado a tensão, começo a pensar numa coisa assombrosa. Quando o Avaí nasceu, há 87 anos, uma bruxa passou na rua e vaticinou um encanto: este time terá muitas glórias em sua existência, vai fazer coza, mas todas as suas conquistas serão imersas em vale de lágrimas. Pois ela tinha razão, a sua missão também foi cumprida.
Alexandre,
Se não fosse assim não seria o Avaí. Se não fosse assim não seríamos avaianos!!!
Vamos ganhar do Santos, torcer pelo Inter e, assim, termos uma última rodada tranquila!!!