Terminaram os ingressos para quem quer assistir ao maior espetáculo da terra de I-Jurere-Mirim. O jogo do Avaí. Não haverá mais espaços na Ressacada neste dia 28, às cinco horas da tarde. A cidade ficará vazia, pois a melhor torcida do Estado de Santa Catarina estará com seus olhos, corações e mentes voltados para o gramado do estádio.
Por semanas seguidas esta torcida tem proporcionado verdadeiros momentos de puro êxtase. Tem lotado o estádio e mostrado como se torce para um time de futebol. E tem dito que aqui o futebol é sério. Tem mostrado que aqui a camisa que cada jogador usa se transforma em sua segunda pele. Que aqui o estádio pulsa no compasso do coração de cada torcedor.
A torcida do Avaí está pronta e seja quem for o seu adversário, vai sentir o bafo quente do Leão.
É bem verdade que este jogo não é decisão. O time que vamos enfrentar não tem lá muitas pretensões no campeonato. Porém, diferente de alguns outros que entregam seus jogos, este tem brio e qualidade e poderá nos incomodar. Por isso, a torcida não pode parar. Nunca. Jamais.
A torcida do Avaí deve mostrar como se faz um time ser vencedor. A torcida do Avaí deve ser aquele conjunto de vibrantes guerreiros, a manter o time acesso e compenetrado no jogo. A torcida do Avaí será o jogador-raça, o jogador-camisa a determinar quem deve ganhar o jogo.
Pois os outros assistem a jogos. Nós fazemos espetáculos.
Simplesmente AVAIANA
Há uma hora
É domingo!
Estejamos preparados para o nosso compromisso.
Domingo é o dia da redenção avaiana.
Domingo, mesmo se o dia se levantar nublado, faremos com que o céu fique de um azul incomensurável.
Domingo acordaremos mais avaianos, e faremos do caminho até a Ressacada o nosso Compostela.
Domingo o Avaí tem de ser o Avaí como nunca o foi.
Domingo, àqueles que acreditam e aos que não acreditam, peço atenção aos rituais: o mesmo calçado, a mesma camisa, os mesmos gestos, a rotina divina de um dia de glórias. Não tentemos enganar os deuses do futebol, eles nos espreitam.
Domingo, aos crentes, aos de fé – e aos ateus até, a prece salvadora, balbuciada para nós, baixinho.
Domingo, o Avaí precisará de nós como a criança com choro sentido do colo de mãe. Não faltaremos!
Domingo, a Ressacada será o Adolfo Konder, com toda a sua mística, com todo o peso de sua história, lembranças das tardes gloriosas na rua Bocaiúva.
Domingo, Adolfinho terá de defender como nunca.
Domingo, por Fateco e Diamantino, “no passarán”!
Domingo, contaremos com a lucidez de Zenon, com os dribles de Nizeta, de Ademir e de Lico, com a serenidade e a maestria de Veneza. E o bico providencial de Maneca.
Domingo precisaremos – e como – dos gols de Juti, de Toninho e de Lica.
Domingo não faltarão a garra de Saulzinho, Orivaldo e Cavallazi, o destemor de Rogério.
Domingo, cada um de nós avaianos se despirá de si para sermos um só, e em uníssono cantaremos a alegria de ser azul.
Domingo o dia precisará bem mais do que 24 horas, para caber todo o nosso orgulho e paixão.
Porque nós não somos simplesmente avaianos.
Nós somos “o” Avaí.
Maurício Gil - Floripa (SC)