No backstage, o interesse

O pior momento na vida de um clube de futebol é exatamente quando não há futebol rolando. É quando se está na chamada entressafra, ou no recesso entre uma temporada e outra. É neste momento, é neste instante que interesses e vaidades afloram. É quando vícios e virtudes se chocam. Obviamente que isso é normal e não há outro jeito para ser diferente. O show de especulações faz parte do negócio. Entretanto, todo cuidado é pouco para quem repercute o que vê, lê ou ouve.

Fiz algumas postagens levantando esse assunto. Como sou cínico até a raiz de meus rebelados cabelos, não sou direto e dou a dica, esperando que o incauto perceba o quanto há choques dentro da Ressacada, interessados numa ou noutra situação.

Está muito bem claro que o negócio com os jogadores, a permanência de uns e a venda de outros, além do rearranjos de profissionais no comando do clube possuem interesses variados. O Avaí Futebol Clube virou uma bela duma vitrine para os negócios mais amplos no que tange o futebol. E os oportunistas de plantão começam a plantar mensagens e recados, ou lançá-los ao vento, na esperança de que sejam difundidos e alguém os adote. Isso é muito perigoso se não houver calma, parcimônia, sabedoria em conduzir este arsenal de informações. É o mesmo que jogar uma casca de banana na calçada. Todo mundo sabe o resultado.

Alguns avaianos, parece-me, estão escorregando nessa casca de banana, sendo puerilmente conduzidos para este ou aquele lado, defendendo isso que importa, ou desancando aquilo que pode ser descartado. Quando, na verdade, pode nem ser uma coisa ou outra.

As hipóteses sendo lançadas até agora não me surpreendem e revelam, exatamente, o quanto tem gente interessada em defender o seu bolso, para lá ou para cá. Porém, particularmente, vou aguardar um pouco enquanto tudo estiver nebuloso e indefinido.

Espero, sinceramente, que os avaianos que estão de fora das decisões aguardem a poeira sentar e passem a emitir seus singelos pareceres quando o trem sair da estação. Agora, nesse momento, na entressafra, é como chutar balão de água, que geralmente estoura na sua face.