Quem me acompanha sabe que não apito em contratações e nem em demissões de jogadores. Não me levo pela emoção de dizer que esse não veste a nossa camisa e aquele é o nosso sonho de consumo. Não ajo assim, por um razão muito simples: jogador de futebol, que chega ao profissionalismo, tem capacidade suficiente para fazer o que se destinou na vida, que é jogar futebol. E jogar bem, ser regular, no mínimo honrar a camisa que enverga. Pelo menos manda a regra que assim seja.
Um perna de pau pode ser capaz de fazer um gol histórico e nos dar um título e um craque amado por todos poderá perder um gol feito ou um pênalti. Amor e ódio, céu e inferno, são tão passageiros quanto as gotas da última chuva.
Ah, Alexandre, quando o jogador vem do lado de lá das pontes, não deve haver uma crítica sobre isso?
Bom, o problema é todo do jogador. Em qualquer lugar do mundo onde numa cidade há rivalidades ferrenhas, o jogador que pula de um galho para outro deve saber que vai enfrentar dificuldades e rejeições e deve jogar muito mais, no mais recente time, do que jogava no outro. Portanto, não serei eu a dizer isso. Ele sabe. Passa ou repassa?
O que eu debato é a condição estrutural de um clube, aquilo que há por detrás das cortinas. É o manter um time numa liga ou série competindo com dignidade. Muitas vezes pomos a culpa apenas nos jogadores e esquecemos que lá nos fundos existe uma leva de pessoas que é responsável direta por muita coisa. Desde o presidente, passando pelos acessores diretos, até o roupeiro e o massagista, todos devem atuar em prol do clube e fazer o time em campo jogar.
Os vaidosos e encrenqueiros devem ser afastados. E os incompetentes, devem ser retreinados para sua atividade ou mandados vender rapadura no pátio da igreja. Os bastidores de um clube de futebol devem estar voltados na armação de um bom time e nunca num mercado de varejos.
Tendo esse aporte nos bastidores, quem vier para jogar, além de toda a condição indispensável como atleta, também terá a competência necessária para desempenhar o seu futebol. E honrar a camisa que veste. Saber que por sobre seus ombros décadas de história cairão sobre ele. Que o número em suas costas já foi de ídolos do passado, presentes na memória e no coração de seus torcedores.
Por isso, não vou atrás de listas de dispensas e nem de contratações. Eu quero é que o Avaí Futebol Clube dê condições para que os atletas da próxima temporada, sejam eles quais forem, façam na Ressacada o melhor time de nossas vidas. E da vida deles também.
E que nós, avaianos, assistamos ao melhor futebol já jogado naquele gramado.
É o que nos basta!
Com todo o respeito que mereces, não faltou condições estruturais aos nossos "craques" este ano...
Nem faltará em 2011!
Porém...
Saudações AvAiAnAs!
André Tarnowsky Filho