Somos burros, extremamente asnos, mas nunca deslumbrados

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sabe-se que um jornalista esportivo é uma especialização da categoria que lida com uma alta parcialidade, uma vez que não consegue afastar suas preferências, e que muitas vezes se choca com a dos torcedores. Queiram ou não, como humanos, os jornalistas esportivos optam irremediavelmente por alguma predileção. Driblar tal postura é um exercício duríssimo e requer coragem, muitas vezes, além de uma boa bagagem de massa encefálica. Dessa forma, a grande maioria prefere se afastar da convivência interna dos grandes clubes e só os procura quando há uma matéria jornalísitca em pauta.

Isso num mundo ideal.

Porém, a fauna dos deslumbrados que se alastra na mídia da Capital é de dar dó. Um ou outro escapa, mas a maioria, cuja tarefa de somar singelos 2+2 necessita de um supercomputador, é de uma mediocridade atroz. E então optam pela convivência de seus alvos de matérias com regalos e acepipes os mais diversos, além de frutas e hortaliças, regados a um cafezinho amigo recém tirado de uma cafeteira Wallita. Não têm a competência necessária para ir buscar as matérias e aceitam convites para festinhas e rende-vouz, na esperança de uma materiazinha tirada ali do forninho.

Pergunto: que significado jornalístico tem a matéria de um sujeito, que se diz profissional, e que aponta as informações, críticas ou opiniões bebericando um guaraná com a sua pauta num convescote qualquer, e recebendo chaveirinhos, bandeirinhas e camisetas ao término das pompas? Teria este cidadão moral para desancar ou abrir uma matéria de impacto após ser agraciado com um mimo? Isso é profissionalismo? Isso é marketing?

Não, não somos adeptos de teorias conspiratórias e nem de histórias da carochinha. Também não somos tapados, quando percebemos que as tendências nas informações favorecem tais ou mais que houver. Ao menos, temos dois olhos, dois ouvidos e alguma coisa dentro da caixa craniana, e um nariz que percebe quando algo fede.

Além do mais, as pessoas que tomam tais atitudes pensam que são donas da palavra, acham-se formadores de opinião, mas são autênticos ditadores de ideias e pertinazes sofredores de uma potente diarréia mental, ao ofender seus críticos. Quando muito uns entendidos de araque. E, como disse Nelson Rodrigues, o entendido só não se torna abominável porque o ridículo o salva.

3 comentários:

  1. Eron disse...:

    Parabéns, verdadeiro tapa de luvas (pra não dizer, mas já dizendo, uma grande porrada)
    Eron

  1. Eron, os jornalistas podem fazer o que bem entenderem de suas vidas. Apoiar a quem quiserem e fazer campamnha pro capeta. Mas não venham posar de isentos e impaciais. Minha avó dizia que mentir é feio.

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