Sabe-se que um jornalista esportivo é uma especialização da categoria que lida com uma alta parcialidade, uma vez que não consegue afastar suas preferências, e que muitas vezes se choca com a dos torcedores. Queiram ou não, como humanos, os jornalistas esportivos optam irremediavelmente por alguma predileção. Driblar tal postura é um exercício duríssimo e requer coragem, muitas vezes, além de uma boa bagagem de massa encefálica. Dessa forma, a grande maioria prefere se afastar da convivência interna dos grandes clubes e só os procura quando há uma matéria jornalísitca em pauta.
Isso num mundo ideal.
Porém, a fauna dos deslumbrados que se alastra na mídia da Capital é de dar dó. Um ou outro escapa, mas a maioria, cuja tarefa de somar singelos 2+2 necessita de um supercomputador, é de uma mediocridade atroz. E então optam pela convivência de seus alvos de matérias com regalos e acepipes os mais diversos, além de frutas e hortaliças, regados a um cafezinho amigo recém tirado de uma cafeteira Wallita. Não têm a competência necessária para ir buscar as matérias e aceitam convites para festinhas e rende-vouz, na esperança de uma materiazinha tirada ali do forninho.
Pergunto: que significado jornalístico tem a matéria de um sujeito, que se diz profissional, e que aponta as informações, críticas ou opiniões bebericando um guaraná com a sua pauta num convescote qualquer, e recebendo chaveirinhos, bandeirinhas e camisetas ao término das pompas? Teria este cidadão moral para desancar ou abrir uma matéria de impacto após ser agraciado com um mimo? Isso é profissionalismo? Isso é marketing?
Não, não somos adeptos de teorias conspiratórias e nem de histórias da carochinha. Também não somos tapados, quando percebemos que as tendências nas informações favorecem tais ou mais que houver. Ao menos, temos dois olhos, dois ouvidos e alguma coisa dentro da caixa craniana, e um nariz que percebe quando algo fede.
Além do mais, as pessoas que tomam tais atitudes pensam que são donas da palavra, acham-se formadores de opinião, mas são autênticos ditadores de ideias e pertinazes sofredores de uma potente diarréia mental, ao ofender seus críticos. Quando muito uns entendidos de araque. E, como disse Nelson Rodrigues, o entendido só não se torna abominável porque o ridículo o salva.
Bom dia, Azurras - nº 5.287
Há 14 horas
Parabéns, verdadeiro tapa de luvas (pra não dizer, mas já dizendo, uma grande porrada)
Eron