Todo mundo do meu convívio sabe de meu ateísmo. E de como sou refratário a proselitismos religiosos, para propagandas míticas, enunciados de fé, reverberações apocalípticas e invencionices medíocres, todos baseados na crença cega. A fé não necessita de argumentos e o sujeito acredita naquilo que quiser, naquilo que lhe dá conforto. Que tenha a sua fé, mas o resto do mundo não tem culpa disso. Não pode, portanto, e de uma vez por todas, transformar a sociedade e construir carreiras baseado nessa necessidade. Eu poderia usar os movimentos messiânicos suicidas em volta do mundo, quem sabe a inquisição medieval ou as teocracias islamitas para provar o quanto é nefasta tal situação, quem se apropria da fé para influenciar o mundo.
Visto isso, torço o nariz para estes atletas de Cristo, uma camarilha que não acrescenta nada no futebol do ponto de vista comportamental. O exemplo mais declarado é o senhor Marcelinho Carioca, que durante anos foi um inveterado praticante e autêntico mau caráter. Prova que a fé não forja índoles, apenas serve de escudos para excrescências de conduta. Ou uma bengala motivacional para resultados duvidosos.
Faço toda essa arenga para comentar a postura do ex-atual-antigo-novo jogador do Avaí, o seo Evando. Ele simplesmente acredita que é o cara. Não vou fazer uma biografia de sua carreira. Todo mundo sabe do quanto foi importante em diversas fases no Avaí. A torcida o prestigia. Identifico nele um complemento para o grupo de jogadores, em qualquer circunstância. O que fede é a sua fé, construtora de desarranjos inter-grupos. Ele mistura as coisas. Se não avisaram pra ele, deus não está nem aí para o Avaí.
É sabida a sua desavença nos bastidores com este ou aquele jogador, ou mesmo com algum técnico. E é notório o seu interesse pessoal, de fazer carreira, ganhar uns trocados e ser feliz na vida. Nada contra. O problema é quando quer transformar isso em messianismo rastaqüera.
Que continue a jogar futebol. Que ajude o Avaí o qual ele diz amar de coração. Torço pelos seus gols decisivos. Fixe família aqui quando vier a aposentadoria, será bem-vindo. Mas não queira ser mais realista do que o rei. Como diz aquele pescador lá da Costa de Dentro, si non quéx ajudá non istorva, ô.
Perfeito!
No caso em tela, caberia aquela frase batida "EU JÁ SABIA", ou outa expressão muito usada "JÁ VI ESSE FILME"...
A questão é: foi uma aposta ou um tiro no pé?
Nos resta torcer...
Saudações AvAiAnAs!
André Tarnowsky Filho