Sem Destino

Não vou comentar os lances do jogo, pois isso é para os especialistas. Não sou Mãe Dinah, não faço parte do grupo do “eu já sabia”, não me valho de mandingas, supertições, rezas e esperanças bobas. Não me engano. Confesso que até em alguns momentos fui levado por um oba-oba desesperado repercutido por aí, mas a realidade é outra. Bem outra.

O time que está aí não é o sub-23. Benazzi foi embora e já foi tarde. A camisa da Fanatic não é a culpada, pois camisa não joga. Tivemos Marquinhos jogando, Rafael Coelho. A escalação é aquela que a torcida está a dizer exaustivamente. Tudo como se queria.

A culpa foi do Bruno? Até ser expulso já tomávamos um baile. A sopa já estava tomada. Foi culpa do Roberto Alves pelas bobagens que dispara? Celinho Amorim nos operou? Não, nada disso. Então, qual é o problema?

Conforme disse aqui pela manhã, estava cauteloso. Bastava a gente ver os jogos anteriores, analisar friamente o que estava ocorrendo e tirar uma conclusão sincera. E óbvia, sem enganar ninguém. O Avaí ainda não jogou neste campeonato. Não vi uma partida que me enchesse os olhos. Nenhum lance, jogada bonita ou armação tática que se dissesse: agora vai. Não, não vai. Não foi. E a continuar assim, não será.

Temos um bom grupo de jogadores, um elenco qualificado, mas que não joga. Este grupo simplesmente fica em campo vendo o jogo acontecer, sem disposição, sem recuperação de bola, sem estratégia pra sair do abafa. E isto está assim desde lá no começo. Não foi agora, não. Esta partida foi apenas a sacramentação do desenrolar deste campeonato.

E vou repetir até ser bem chato. Não me importo, não estou aqui para agradar ninguém: enquanto ficarmos neste oba-oba de o tri é nosso, somos os tais, vamos sacudir, blábláblá, o nosso destino será derrota e mais derrota. Só o perdão cristão não resolve. Está faltando humildade por aí. Uma coisa é torcer, outra é cantar de galo antes de o sol nascer. Uma bola bem baixinha não incomoda ninguém. Por enquanto, temos que lutar contra o rebaixamento. Ah, mas isso é pensar pequeno? Até agora, quem se apequenou foi este grupo de jogadores do Avaí.

O final lá na frente parece-nos um filme já visto. Vão convocar torcida, baixar preços de ingressos, fazer videos ensebados, pagar bichos milionários para os jogadores, quem sabe até trocar de fornecedor de material esportivo para agradar alguns. Mas o fato é que a pífia campanha do Avaí não me dá segurança para almejar algo melhor ou para desviar o foco. O destino a gente faz, não está escrito.