Quem precisa da mídia?

O que é a mídia?


Bom, vou dar uma forcinha. No Aurélio, famoso pai dos burros e que todo cidadão deveria consultar frequentemente, está definido como:

Substantivo feminino.


1.Comunicação. O conjunto dos meios de comunicação, e que inclui, indistintamente, diferentes veículos, recursos e técnicas, como, p. ex., jornal, rádio, televisão, cinema, outdoor, página impressa, propaganda, mala-direta, balão inflável, anúncio em site da Internet, etc.

Ou seja, é o transporte do conjunto de informações, dados e opiniões que nos envolve na sociedade democrática e civilizada.

E quando a mídia contribui para “atrapalhar” esse complexo democrático e civilizado? Quando ela é tendenciosa, ardilosa e articuladora das más informações.

Lendo hoje pela manhã a matéria no jornal da rede dos chupadores de bomba, divulgando uma suposta pesquisa dando conta de nossa queda no campeonato brasileiro, fico com uma intragável sensação. Um nó que não desce. Ora, se a mídia existe como condutora da comunicação entre A e B, sendo A o transmissor da mensagem e B, o receptor, qual a razão de a mídia transmitir e conduzir mensagens de conteúdo duvidoso? Seria o caso de, ao se descobrir isso, matar o mensageiro ou apagar a mensagem, mais conhecido como censura? Não, mas é o momento de se fazer uma análise crítica e compreender a causa raiz desse negócio.

E é um negócio, mesmo, que envolve dinheiro.

No campo específico do futebol, sabemos que é uma atividade onde a emoção permeia, mas que é gerida pelo dinheiro. E onde os clubes precisam da mídia para divulgar suas atividades. É assim desde a Idade Média, quando os cavaleiros dependiam dos informes dos arautos para divulgar suas características e virtudes. Imagine-se um arauto esbravejando que o cavaleiro fulano de tal entraria na disputa da justa com um cavalo coxo, uma lança podre e uma armadura enferrujada. Não precisa. É desnecessário. A adjetivação é perniciosa e inconseqüente. Ao menos para quem é objeto da divulgação.

Claro que sempre há gente que não entende textos assim como este que vos escrevo, por falta completa de escolaridade, e há ainda os que acham bobagem a gente bater na mídia. Como eu sou péssimo em desenho, tenho que usar palavras mais fáceis, ou explicar detalhadamente.

Vamos nos imaginar no Carnaval da Bahia, eivado de trios elétricos. Lá pelas tantas o sujeito responsável pela apresentação insinua, por uma razão que é só dele, que a Ivete Sangalo, ou a Claudia Leite estão com dor de barriga, que seus vestidos são feios, ou que não cantam assim tão bem, mas vão participar do desfile. Qual seria a sensação dos participantes da festa? Qual seria a sensação de quem investe nessa atividade?

Quando a nossa mídia chuta que o Avaí já está rebaixado, um provável investidor que não conhece a nossa realidade, automaticamente muda de rumo e busca quem levará seu produto mais longe. É assim que funciona. Muito poucos investem naquilo que não conhecem, ou onde há dúvidas. E quando a mídia ajuda na venda negativa do produto, então o investidor tem que ser muito corajoso para apostar num provável perdedor.

Há que se ter gente de marketing mais bem talhada para o negócio no Avaí, pois se dependermos da nossa mídia estaremos na série Z, com a Ressacada vendida e com o desaparecimento de nosso clube.