A vida do Leão da Ilha da Magia, nos próximos anos, será exatamente assim como estamos vivenciando. Lampejos de ótimo futebol associado a desastrosos fracassos e portentosas eliminações. Queiram ou não tem sido assim nos últimos três anos, desde que conquistamos o acesso. Que ninguém se engane, pois no momento, pelo andar da carroça, parece que não sai dessa realidade.
E por que isso?
Fazer parte da elite do futebol nacional requer investimentos. Apoio financeiro sólido e consistente. Muita grana! Ninguém que dispute o campeonato brasileiro e que almeje um lugar ao sol vai com uma mão na frente e outra atrás. Milhões e milhões de dólares são despejados em seus departamentos de futebol, principalmente no contrato dos jogadores, que muitas vezes conquistam, apenas, uma vaga para uma Sulamericana. Para o ano de 2010 conseguimos isso, esta vaga, e quase fomos rebaixados. O Sport Recife foi campeão de uma Copa do Brasil, disputou uma Libertadores e no mesmo ano foi para a série B. E, pelo que se sabe, dificilmente sobe. Pela simples razão de que, em alguns momentos, falta dinheiro para “ganhar” um campeonato.
Imagine então um time com parcos recursos como o nosso e contando cada centavinho que entra ou sai. A grande vantagem é que na diretoria do Avaí há pessoas que sabem administrar um empresa e, por essa razão, para a nossa desgraça, são obrigados a tomar medidas impopulares no âmbito do futebol. Não vou fazer juízo de valor para isso, já os fiz à exaustão, mas o reflexo disso tudo vivenciamos dia a dia, sol a sol. E também a cada jogo na Ressacada.
A principal e grande meta é não assumir uma campanha meteórica como a de um São Caetano, que em poucos anos de série A conquistou tudo, mas não levou nada e está até o gogó de dívidas. A direção do Avaí, por isso, não quer sãocaetanizar. Se está certa ou errada, só o tempo dirá.
Claro que o dinheiro no futebol brasileiro é mais raro que tainha fresca no Mercado Público. Mas, para os grandes, sempre se dá um jeitinho, e os pagamentos são feitos em módicas e suaves prestações, que rolam anos. Para os médios e pequenos, a ralação é bem maior. Aliás, muito maior. Não esqueçamos, nunca, que a festa é deles. Eles pagam quando puderem e quando quiserem. Para nós, o dindin tem que estar à mão no ato, sem choradinha.
A parte que nos cabe como clube tradicional em SC e time aguerrido é vencer os torneios e campeonatos em nosso quintal. Só seremos, por um bom tempo, alguma coisa na vida, vencendo o Catarinense. E só. Que ninguém almeje mais do que isso, ou que ninguém se iluda. Conquistar uma vaga para a Libertadores, ou um campeonato Brasileiro, ou mesmo uma Copa do Brasil pode parecer uma tarefa fácil para aqueles que não conhecem a realidade do futebol. Basta fazer um time!, diz o torcedor mais entusiasmado. Não, não basta. É preciso mais do que isso. O fracasso que tivemos agora deve ser lamentado, e muito! Mas é compreensível.
Uma das conseqüências de disputar bons campeonatos, mas sem dinheiro, é sermos celeiro de craques. Vamos fazendo time para os outros. A cada partida os melhores de nossos times são requisitados e ao final de cada temporada há um desmanche desestimulante. Só para se ter uma idéia, durante o desenrolar desta Copa do Brasil, não ouvi ninguém pedir a contratação de Rafinha e Marco Aurelio, do Coxa, de Dagoberto, do São Paulo, de Diego Souza, do Vasco. Todos com bons contratos e bons salários. Porém, do Avaí, creio que até Diogo Orlando e Bruno já estão mapeados para outros clubes. E qual a razão disso?
Negócios. Apenas negócios. Que se tornam ruins para a manutenção de um time qualificado, mas que organiza o caixa do clube. Infelizmente, é essa a nossa realidade. Não há como ser diferente. Não temos bala na agulha. Não há como fazer um contrato fabuloso com os nossos melhores craques, no intuito de mantê-los por mais tempo por aqui, por isso temos a facilidade em perdê-los.
O ano de 2011 será mais um ano de tormentos, decepções e limitações. E de belos e valorosos desmanches. É só aguardar.
Simplesmente AVAIANOS
Há 43 minutos
Aguiar concordo em parte com seus comentarios. Mas permita discordar, limitar a ganhar estaduais é coisa de time de interior e sem torcida. Se for so pra isso, to fora ou passo a torcer pelo Ameriquinha. Inadmissivel o que correu na final de Brusque x Avai, Fortaleza x Avai e o vexame mundial Avai x Vasco. Tres fracassos seguidos é muito para um time no nivel do Avai. Vexame no Catarinense, Vexame no Brasileirao, Vexame na CB. Ou voce acha que com essas atuaçoes pifia o Avai continua na elite? Estou chegando a conclusao que o ideal é um grupo limitado, lutador, com vergonha na cara, um presidente que assuma seus erros e nao culpe o atacante pelo fracasso do time e o mais importante. Se tenha dinheiro para pagar bixos.