Surfando a tsunami

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Não sou adepto da cultura do quanto pior, melhor. Virar as costas quando o pau ronca ou o laço aperta reflete mesquinharia e soberba. É covardia. Nessa hora o sujeito se acha melhor do que os outros. Claro que há um grupo de pessoas preocupadas em ver o barco afundar de vez. Isso é notório. Se houver sangue, querem fazer mais furos no corpo. O interesse deles não é ajudar, mas enfiar a faca mais profundamente. Possuem uma raivinha estranha, que não é o comportamento de um torcedor normal, mas de uma psicopatia alucinada. 

Para estes, recomendo um tratamento. Diferente do crítico, que acusa os erros na mesma medida em que aponta as soluções, estes só querem ver o circo pegar fogo. Tenho é pena destes coitados.

Os avaianos normais e centrados, que são muitos, ao contrário, querem que as decisões sejam tomadas com maior urgência, para o benefício da instituição como um todo. Já passou da hora de termos um time, de nos estabelecermos nos campeonatos, de o Departamento de Futebol dizer o que quer e a que veio. Comentei com a colega Carmen, do blog Elas Gostam de Futebol, que o número fixo das camisas avaianas já chegou ao 50. Ou seja, já foram “alistados” cinqüenta jogadores este ano e ainda não temos um time.

A própria situação do ex-treinador revelou o pouco trato que temos com estas coisas. De um amadorismo primário. No mundo do futebol as amizades devem ser separadas dos negócios. Nada dessa coisa de “o sujeito é como meu pai”, “o fulano é meu irmão”. Todos são profissionais e se não deu, não deu, amanhã faz um dia.

A renuncia em massa dos chairmen do Conselho Deliberativo é outra prova de amadorismo. Na hora do aperto, quando se deveriam resolver as coisas no tête-à-tête, no debate, no “vamover”, eles correram. Deixaram aflorar as suas vaidades e não deram a cara para bater. Frouxos! Urinaram-se nas calças, como meninos de jardim de infância. Posam agora de bastiões da moralidade e do bom mocismo. A não ser, é claro, que por trás disso haja outras coisas que nossa vã filosofia desconheça. As famosas “forças ocultas”, como diria nosso amigo George Wagner. Como suspeitas não são provas, fica o dito pelo não dito. As notícias e informações, para terem credibilidade, parecem que precisam dos boatos e fuxicos antes de se estabelecer a sua veracidade.

Temos que entender que o Avaí deve passar por um processo de ruptura, isso sim. De quebra de alguns paradigmas e aprofundamento de outros. Alguns padrões e modelos, que deram certo no passado, parecem não resolver mais. A estrutura do Avaí parou no tempo e vive do que conquistou. Por isso, é necessário romper com o que já se desgastou. As rupturas, em todas as atividades humanas, são necessárias. Elas corrigem rotas. São saneadoras. O que não pode é manter-se na mesma linha de crises e inconseqüências e apostar no pior. Revela incapacidade e imaturidade. Ou a gente cresce de vez, todos os avaianos, como clube e instituição, ou o nosso lugar não é aqui.

Precisamos recomeçar. Achar a nossa bússula e decidir aonde queremos ir.
Embora tenha torcido o nariz para a contratação de Alexandre Gallo, percebo que vamos ter um treinador, finalmente. Dizem ser uma pessoa de trato difícil, de pouca fala e muito trabalho. É irascível e autoritário. Pois eu acho que é por aí. Penso que é o que faltava na Ressacada, uma pancada para que alguém acorde e ponha este clube no seu devido lugar.

Os surfistas bons, aqueles que querem ser os caras, adoram pegar ondas gigantes, as ondas mortais, que acabam com o tanso que não souber domá-las. Se é uma tsunami que pegou o Avaí, tá na hora de domar essa onda. Eu estou nessa praia. E tu aí?

4 comentários:

  1. FERNANDO disse...:

    Prezado FILÓSOFO. Somos todos igualmente AVAIANOS. Ninguém é mais torcedor do que o outro. Não sou corneteiro. Odeio esse tipo de atitude. Não tenho medo de desafios. Acredito sempre no que o AVAI é capaz de fazer. Só acho que a escolha do treinador foi equivocada. E, começar uma virada com um equívoco é complicado. Espero que o GALLO mostre que o equivocado SOU EU, fato que irei admitir no FUTURO (se ocorrer) com a maior ALEGRIA.

    É isso aí. Abração.

    Fernando

  1. Carmen Fuhrmann disse...:

    Meu querido!

    Vamos levar parafina e encher a praia de prancha, prontinhas para domar a onda. Estamos no mesmo barco e não vamos fazer como os "ratos" do CD, que abandonaram o navio. Não sei se foi a melhor escolha o Gallo, conheço pouco do trabalho dele, mas de nada vai adiantar ficar reclamando, até mesmo por que, para isso, precisamos ver o que vai acontecer, afinal, cada time tem suas características. Vamos deixar ele mostrar para que veio, se não der certo, dai reclamamos. E não é porque não deu certo lá no Figayrense que não vai dar aqui.. Vamos torcer e fazer nossa parte. Quanto as camisas, espero que os números parem por ai. A reclamação agora é por conta de quem ficou com a 10: Dinelson. penso que nós torcedores temos que parar de ser corneteiro... Está virando uma mania, sempre buscamos alguma coisa para reclamar. E se você verificar, são sempre os avaianos que começam... Estou contigo! Conta comigo Leão!!!

    Beijoooo

    Gran

  1. Pois é, Fernando, é hora de começar a dar certa alguma coisa.

  1. Vamos lá, Carmen, vamos pegar essa onda.

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