Para sermos felizes. É isso que está faltado na Ressacada. Um pouco mais de felicidade. Não me lembro de tantas vezes estarmos tão amuados, caras feias, nervos à flor da pele, palavras grosseiras, agonias e angustias expostas. Nem nos tempos das vacas anoréxicas.
Aprendemos a vencer ou, quando muito, a ver um time jogar com garra, com suores escorrendo. As vaidades e incompetências eram de poucos. A falta de respetio não havia. Havia dificuldades. Havia esforço para acertar, mas a dureza de obter resultados era enorme. Sou do tempo em que a torcida ia para o estádio por que era a sua casa. Hoje já nem sei se meu lugar está garantido. Hoje nem conheço o vizinho de cadeira.
Os próprios jogadores já disseram e já ouvi de alguns torcedores: ir para a Ressacada se tornou um martírio para jogadores e obrigação para torcedores. Não vamos por prazer, mas para levantar a moral, que anda baixa. Estamos nos progamando para esse domingo muito mais para um apoio incondicional do que para assistir uma bela partida de futebol.
Percebe-se que alguns torcedores estão indo a um sacrifício, a um ritual religioso, cuja crença em um bom resultado exacerba a menor possibilidade de razão. Já não se quer nem que o jogo comece, mas que acabe com uns três pontos pra gente. De qualquer jeito.
Precisamos dessa purgação, dessa purificação, desse momento de catarse coletiva para espantar a má fase e os dissabores. Precisamos ser felizes. A Ressacada tem que voltar a sorrir.
Realmente vou ao jogo para levantar a moral do jogadores, porque pior que esta nao pode ficar. Chegamos ao fundo do poço, nao tem mais como descer, agora so para cima. Eu acredito! Eu vou!