Em todas as etapas da vida, quando temos dissabores, quando as derrotas são maiores e mais acachapantes do que as vitórias, quando já não vemos opções de acertos, pensamos em mudanças. E, ao invés de se imaginar que mudar signifique passar atestado de incompetência, devemos ter a humildade de mudar o rumo, rever a rota, retirar algum galho de enchente que impede o nosso avanço. Para usar um lugar comum, toda crise gera uma oportunidade de melhoria.
Claro que os vaidosos não optam por esta conduta, a de reconhecer os erros. Os vaidosos são teimosos e intransigentes e querem, por piores que sejam os seus resultados, manter a postura de que estavam sempre certos, os outros é que não entendiam. Se o que se quer na vida é vencer, manter-se a mesma toada que nos leva à derrota, além de perda de tempo, é burrice.
É claro que neste meio tempo surge a oposição. Aparece aquela postura oportunista, que vive latente por um determinado período, apenas aguardando o momento mais claro para objetivar suas pretensões. A oposição não quer trabalhar junto, mas causar ruptura e ocupar o mesmo lugar com uma nova roupagem e novas propostas. É assim em qualquer etapa da vida.
Faço esta análise preliminar para definir a situação do Avaí nestes dois anos após a boa campanha de 2009. Está claro para alguém mais lúcido que erros crassos foram cometidos. Talvez até na tentativa de capitalizar o clube, de fazer caixa para alçar vôos maiores, foi-se enveredando pelo caminho contrário às regras do futebol. E o futebol é cruel e desumano a quem se mantém no caminho equivocado. O futebol não admite bom mocismo ou caráter ilibado. Ele requer, apenas, resultados. Bons resultados. Por isso, o futebol é ingrato.
Pode-se alegar, é verdade, que houve uma tentativa de fazer a coisa certa, haja vista que os que estão por lá são avaianos. Querem o melhor para o Avaí.
Contudo, como em todos os processos conhecidos, o que dá errado precisa ser modificado, sob pena de nunca mais acharmos o caminho de volta. Há duas opções, portanto, para isso, para que o sistema avaiano como um todo volte ao caminho da vitória. Optar, mesmo, por uma oposição, que às vezes é traumática e não dá garantias de acerto, ou apostar numa complementaridade, que é a união de todas as forças na Ressacada.
Eu aposto, sinceramente, que uma união de todos, nesta hora, é o que há de melhor para o Avaí começar a vencer. Agora, é preciso que as vaidades, definitivamente, sejam abandonadas. É necessário coragem para isso. Do contrário, vamos ficar o resto da vida lamentando a oportunidade de ter podido e não ter sido feito.
Ou TODOS MUDAM, ou cada um pra si.
A adversidade faz heróis. Precisamos que eles apareçam.
Abraço.