Uma noite patética

Há muitos anos frequento a Ressacada, desde a sua fundação. Frequentava também o Adolfo Konder. Sempre tive prazer em fazer isso, em estar nos lugares onde o Avaí jogava. Considerava o recanto de nossas ambições e o regalo para nossos sonhos. Me sentia reconfortado em estar por lá, mesmo nas derrotas mais acachapantes. Nunca duvidei que estava em nossa casa. Até o dia de hoje. Até este jogo contra o Vasco da Gama pelo Brasileirão 2011, na noite de 17 de agosto. Na noite em que me senti humilhado.

A sensação de desprezo dada por estes rapazes que vestem o nosso uniforme é visível. Eles não defendem o Avaí, mas apenas estão ali, sendo massacrados pelos adversários como um condenado à beira da forca. Para eles, faz parte do negócio. É algo impossível, para eles, de ser evitado.

Eu já não reconheço nisso, nesse troço que anda por ali no campo da Ressacada, um time do Avaí. Me soa estranho este grupo que se apropriou de nossas camisas. Não têm respeito pelas nossas tradições. Não honram nossas glórias. Não valorizam nosso passado.

- Ah, mas é o técnico que os escala em campo?

Sim, o incompetente que se abriga no banco de reservas escala mal e porcamente. Mas, ao menos, que alguns deles entrem em campo e valorizem a oportunidade de jogar pelo Avaí. Se o Avaí é pequeno para estes molambentos do futebol, que peguem suas malas, suas famílias e corram daqui. Saiam. Vão embora. Que enganem outros em lugares distantes, mas se afastem de nosso estádio. Não ponham os nossos uniformes. Não são dignos de vesti-los.

Essa humilhação que senti hoje tem que ter um fim.