Uma mordidinha de cada vez

Esse é o momento da calma. É possível sair, sim, mas devagar.
 
Agora começa aquela campanha que a gente queria na virada do turno. Uma arrancada de campeão. O Avaí terá que fazer uma sequência de vitórias louca, aproveitar os jogos em casa e beliscar alguma coisa fora. É difícil, a corda no pescoço vai apertando cada vez mais, mas não podemos desistir. Não tem outro jeito. E precisa haver calma. Um passinho de cada vez.

Quando cheguei à Ressacada percebi que havia um clima diferente. Havia uma sensação gostosa no ar, de confiança, de rumo tomado. A tal alma avaiana estava de volta. E isso pesa. Alguns intelectualóides imaginam o futebol com razão plena e absoluta. Querem consistência da NASA gerindo o futebol. Futebol não é isso. Futebol é emoção e absurdo.

O sujeito sai de casa com a meia que sempre foi a todos os jogos. A camisa que foi do avesso naquela vitória nunca mais será desvirada. Passa sempre pelo mesmo lugar, reza do mesmo jeito. Se ele gritou gol para o lado Norte e o time venceu, voltará a gritar assim outra vez. Assiste aos jogos do mesmo lugar da arquibancada e senta do mesmo jeito. São as mandingas do futebol. É assim que funciona. Por isso está decretado que Toninho Cecílio não volta mais para a casamata a comandar o time do campo. E não se fala mais nisso.

E por isso mesmo, para dar sorte, vamos jogar todas as fichas no próximo jogo. Uma mordida do Leão de cada vez, um feito alucinado e decisivo ponto a ponto, jogo a jogo.

Em tempo: nunca pensei que iria bater palmas para o Daniel. Mas agora tá valendo tudo.